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Mostrando postagens de julho, 2018

Velhas feridas Olavo de Carvalho

Velhas feridas Olavo de Carvalho O Globo, 6 out 2001 Negar a um país agredido militarmente o direito de reagir, obrigá-lo a submeter a organismos estrangeiros a decisão e o comando de suas operações de defesa, eis decerto um ataque mais devastador à sua soberania nacional do que poderia sê-lo a derrubada de mil torres de mil World Trade Centers. Por ter derrubado as torres, Osama bin Laden é acusado mundialmente de um crime colossal. Mas infinitamente mais criminosos são aqueles que se aproveitam da desorientação momentânea da vítima para atacá-la simultaneamente por todos os lados, exigindo-lhe não apenas que abdique do direito elementar de autodefesa, mas que o faça de joelhos, com humildade e contrição, reconhecendo no atentado terrorista uma sentença divina, cuja justiça superior — já que Deus escreve direito por linhas tortas — não é minimamente afetada pelo detalhe acidental de ter entrado em vigor por meios criminosos. Mal assentada a poeira dos edifícios tombados, milhares

A lógica do terrorismo Olavo de Carvalho

A lógica do terrorismo Olavo de Carvalho Época, 6 de outubro de 2001 Ela não é difícil de captar, se você tem acesso às premissas Em todo plano terrorista que se preze há uma continuidade entre a preparação da atmosfera, o ataque propriamente dito e o aproveitamento das repercussões. O jargão comunista designa os atentados como “propaganda armada”. A razão é óbvia: visam menos a um resultado militar específico que à ostentação espetacular do temível. Para isso devem articular-se com a propaganda desarmada, que antecipa, orienta e multiplica seus efeitos. A maior descarga de propaganda armada de todos os tempos foi atirada sobre o WTC e o Pentágono poucos dias depois de estrear, do outro lado do planeta, o show de propaganda desarmada montado pela ONU na Conferência de Durban para desmoralizar Israel e os Estados Unidos. Caídas as torres, seguiu-se o aproveitamento das repercussões: uma campanha mundial, abrilhantada por Fidel Castro, para lançar sobre a vítima a responsabilidade do

Os novos ditadores Olavo de Carvalho

Os novos ditadores Olavo de Carvalho O Globo, 29 de setembro de 2001 O Prêmio Imprensa da Embratel foi atribuído este ano à série de TV na qual o repórter Caco Barcelos acusava o Exército de ter assassinado a tiros um casal de terroristas e simulado um acidente rodoviário para ocultar o crime. Barcelos já recebeu vários prêmios, decerto merecidos. Mas este ele não deveu a nenhum mérito profissional, e sim a uma decisão política destinada a legitimar como bom jornalismo uma farsa já desmascarada, por esta mesma coluna, em 28 de abril de 2001. O que a Embratel acaba de premiar é uma mentira inventada por um soldado desertor que, na tentativa de extorquir do Exército vantagens indevidas, se apresentou — e foi aceito pelo repórter — como testemunha participante de fatos que, se tivessem ocorrido, não poderiam ter sido presenciados por ele: nenhum praça que fuja do quartel aparece atuando numa operação militar dois meses depois de constatada oficialmente sua deserção. Não creio que Cac

Três pistas falsas Olavo de Carvalho

Três pistas falsas Olavo de Carvalho Época, 29 de setembro de 2001 Elas ajudam você a não entender nada dos atentados terroristas Decorridas duas semanas dos atentados, todos os erros de avaliação mais óbvios e previsíveis, em que uma inteligência medianamente alerta se envergonharia de incorrer, já foram cometidos, com a tranqüilidade dos inconscientes, pelos sábios de plantão que opinam sobre o assunto. Anoto aqui três deles – e seus respectivos autores. Primeiro: atribuir o crime a uma reação legítima contra o “agressivo militarismo dos EUA”. Autores: praticamente toda a intelligentzia esquerdista do Terceiro Mundo. Ao longo de um século, em duas guerras mundiais e vários conflitos locais, o total de vítimas de ações militares americanas foi de aproximadamente 1,6 milhão de pessoas – a trigésima parte do que os comunistas chineses mataram em sua própria pátria em metade desse tempo. Na Segunda Guerra Mundial, em todos os fronts, os EUA fizeram 925 mil mortos, metade do que os c

Pergunta de um desesperado Olavo de Carvalho

Pergunta de um desesperado Olavo de Carvalho Zero Hora, 23 de setembro de2001 Semanas atrás mencionei aqui, de passagem, a máxima de Sun-Tzu: “Fazer-se de fraco quanto está forte, de forte quanto está fraco”. Ela resume o “timing”, a alternância rítmica do discurso comunista. Anatoliy Golitsyn, desertor da KGB e provavelmente o melhor conhecedor do assunto nos meios ocidentais, dá-lhe a seguinte interpretação: quando o movimento comunista está ocupado em alguma manobra global, de longo prazo, e precisa ganhar tempo, ele vem com fala mansa, adocicada, denotando fragilidade, divisão, hesitação, aplacando as suspeitas ocidentais mediante uma florida exibição de sentimentos conciliadores e até de adesão “modernizadora” aos valores democráticos. Quando sente que está periclitando, necessitado de restaurar nos militantes o espírito belicoso e a disciplina marcial, ele abandona toda afetação de prudência e parte para ameaças truculentas e as demonstrações de força. Neste preciso momento,

Olavo de Carvalho - Fatos Históricos / Modernidade

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PERIGO IMINENTE E SILENCIOSO

PERIGO IMINENTE E SILENCIOSO Algo muito grave vem acontecendo e quase ninguém está percebendo, que é a quebra da meritocracia em todas as áreas: A polícia não tem mais o mérito de agir no combate ao crime porque a justiça ficou subordinada aos Direito dos Manos; O professor não tem mais o mérito de educar seus alunos porque a educação ficou subordinado ao MEC; Os pais não tem mais o mérito de educar os filhos porque ficaram subordinados ao Conselho Tutelar; O povo não tem mais o mérito sagrado da sua legítima defesa porque foi desarmado e ficou subordinado aos bandidos; A igreja não tem mais o mérito de pregar a sua doutrina porque criaram leis que estão obrigando a alterar seus princípios; A população não tem mais o mérito de ser representado por seus políticos porque estes estão subordinados ao capital corrupto financeiro; O brasileiro não tem mais o mérito de explorar a sua Pátria porque acordos internacionais deram esse direito a China, Rússia e outros. . Paulatinamente, o

Olavo de Carvalho - Por Que Acabar Com a Cultura Nacionalista

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Olavo de Carvalho - Brasil e o Simbolo Nacional Invertido

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Olavo de Carvalho - A Ideia da Ordem Perfeita

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A realidade da fantasia Olavo de Carvalho

A realidade da fantasia Olavo de Carvalho O Globo, 15 de setembro de 2001 Quando um mesmo fenômeno é descrito de duas maneiras opostas por quem está no centro dos acontecimentos e por quem sofre seus efeitos a léguas de distância, muito provavelmente a primeira versão é realidade e a segunda fantasia. Mas dizer isso não basta. Se não sabemos como a fantasia veio a nascer de dentro da própria realidade, não compreendemos a realidade. O exemplo mais claro é a Nova Ordem Mundial. Vista do Brasil, que é um país periférico, ela é apenas um novo nome do capitalismo norte-americano. Vista dos EUA, que estão no centro do quadro, ela é um projeto socialista e essencialmente anti-americano. Evidentemente os americanos estão vendo a coisa certa e nós, para variar, estamos delirando. Alguns dados escandalosos, geralmente escamoteados à opinião pública brasileira, mostrarão isso da maneira mais evidente: 1) Na última década, os EUA desmantelaram seu sistema de defesas nucleares, reduzindo seu

Coelhos fantasmas Olavo de Carvalho

Coelhos fantasmas Olavo de Carvalho O Globo, 8 de setembro de 2001 Dezesseis de dezembro de 1933 é uma data memorável para os devotos da epopéia socialista. Nesse dia, o agente búlgaro do Comintern, George Dimitrov, acusado falsamente de incendiar o Parlamento alemão, pronunciou ante o tribunal de Leipzig o célebre discurso que desmascarou o regime nazista como fachada do poder econômico, “a ditadura dos Krupp e dos Thyssen” (grandes grupos industriais alemães). O episódio e o giro verbal que o condensa fixaram na memória da esquerda mundial a definição marxista do nazismo como regime da “direita”, o recurso totalitário adotado in extremis pela burguesia para sufocar a iminente revolução proletária. Essa versão, de tão repetida, tornou-se um lugar-comum, um dogma da teologia mística socialista que, ao menos no Brasil, conserva toda a força da sua autoridade. Guardada no fundo do inconsciente, ela volta à tona de tempos em tempos, em livros escolares e artigos de jornal, sempre apr

Império do Ódio Huáscar Terra do Valle advogado e escritor

Império do Ódio Huáscar Terra do Valle advogado e escritor 5 de setembro de 2001 Depois do ataque terrorista aos Estados Unidos tomei conhecimento de que o prefeito de Nova York pedira milhares de sacos funerários para retirar os corpos das vítimas. Para minha estupefação, a pessoa que me deu esta informação não podia esconder sua alegria ao tomar conhecimento da extensão da carnificina. Ficou feliz com a notícia, esfregou as mãos de contentamento, ensaiou alguns passos de dança, abriu um largo sorriso e exclamou: “Pena que não tenha morrido mais gente”. Esta pessoa parece normal. No entanto, é comunista, e, naturalmente, eleitor do Lula. Odeia obcecadamente os Estados Unidos, por razões ideológicas, ou melhor, patológicas. É tão intenso seu rancor que se sente feliz ao saber que milhares de cidadãos inocentes, pais, mães e filhos, foram castigados pelo “crime” de serem americanos. Seu ódio é tão avassalador que até ignora que dezenas de brasileiros também encontraram seu fim deba

Moral e genocídio Olavo de Carvalho

Moral e genocídio Olavo de Carvalho O Globo, 1o de setembro de 2001 Não me lembro de jamais ter falado ou pensado mal de alguém por sua conduta sexual, por mais esquisita que ela pudesse parecer aos que me rodeavam. Além de não me considerar um buquê de virtudes para que a comparação com os outros fosse de algum reconforto para o meu ego periclitante, conheço-me o bastante para poder dizer, com toda a sinceridade, que sou incapaz de me interessar pela vida privada de quem quer que seja. Posso estar errado, mas, numa época em que o genocídio e as prisões em massa se tornaram banalidade, alguém perder o seu tempo escandalizando-se com pequenas indecências me parece uma imperdoável frescura. Na base de toda moral está o senso das proporções. O segundo mandamento formula-o da maneira mais eloqüente. Quando passar a era dos Robespierres, Hitlers, Lenins, Pol-Pots e Castros, quando o mundo voltar ao normal e a humanidade reconquistar seu rosto humano, talvez os filmes pornôs e a gandaia

Loucos e tontos Olavo de Carvalho

Loucos e tontos Olavo de Carvalho Época, 1o de setembro de 2001 Glauber disse a verdade, mas ainda não querem escutá-lo “Todos os intelectuais brasileiros, inclusive comunistas, são comprometidos com os americanos… Neste país não há esquerda, nem direita, nem nada. Aqui só há uma coisa séria em matéria de política, que é o Exército. Ele é o verdadeiro partido político, que merece respeito, é organizado, defende os interesses nacionais. O resto é conversa fiada.” Glauber Rocha disse isso duas décadas atrás. A primeira reação do mandarinato esquerdista foi espalhar, até na imprensa européia, que ele tinha se vendido à ditadura. Embora tenha magoado profundamente o cineasta, apressando de algum modo sua morte, a mentira não colou. Foi então substituída por outra, mais branda: Glauber estava mal da cabeça. Mas esta também não pegou: mesmo no auge da fúria polêmica, o homem era de uma lucidez irritante. Por fim, como não foi possível desmoralizá-lo, tratou-se de absolvê-lo post mortem,

O dia em que a História mudou Por Maria Lucia Victor Barbosa*

O dia em que a História mudou Por Maria Lucia Victor Barbosa* 30 de agosto de 2001 Para facilitar a compreensão do processo histórico, historiadores utilizaram alguns marcos ou acontecimentos de importância fundamental, a partir dos quais as relações mundiais tanto a nível cultural, econômico e político foram alteradas substancialmente de forma a produzir mudanças significativas para a humanidade em seu conjunto. Se os marcos podem variar, vamos nos ater aos mais tradicionais tendo em vista tão somente a busca de compreensão didática das transformações planetárias.Tomemos então a divisão que considerara como Idade Antiga o período que foi de 300 AC até 476 d.C, ano que assinala o fim do Império Romano. Em 476, inicia-se a idade Média, que irá até 1453, data da tomada de Constantinopla pelos turcos. De 1453 até a Revolução Francesa em 1789, teríamos a Idade Moderna. Em 1789 o mundo ingressa na Idade Contemporânea. A partir deste 11 de setembro de 2001, sem medo de errar, podemos dizer

Olavo de Carvalho - Pra Entender o Globalismo

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Entrevista de Olavo de Carvalho à Revista do Clube Militar Revista do Clube Militar (Rio de Janeiro), Ano LXXIV, No. 386, agosto-setembro de 2001

Entrevista de Olavo de Carvalho à Revista do Clube Militar Revista do Clube Militar (Rio de Janeiro), Ano LXXIV, No. 386, agosto-setembro de 2001 Qual a causa do desmoronamento da União Soviética? — A inviabilidade da economia socialista já estava demonstrada, em teoria, desde a década de 20. A prova, feita pelo maior dos economistas do século XX, Ludwig von Mises, era bem simples: socialismo é economia planejada; planejamento supõe cálculo de preços; não havendo mercado, não há com base em quê fazer o cálculo de preços; logo, não á possível planejar uma economia sem mercado; portanto, o socialismo é impossível. A história da URSS é a longa e difícil demonstração da veracidade desse silogismo contra a teimosia demente da elite comunista. A economia socialista sobreviveu artificialmente graças aos seguintes expedientes. Primeiro, a abertura do mercado, empreendida por Lênin, que atraiu investimentos estrangeiros em quantidade; depois, a guerra; terceiro, a ocupação e exploração descar

Censurado o livro Máfia Verde EIR — Executive Intelligence Review

Censurado o livro Máfia Verde EIR — Executive Intelligence Review 30 de agosto de 2001 R. México, 31 – s. 202 – CEP 20031-144 – Rio de Janeiro-RJ Telefax 21-2532-4086 ocomplo@centroin.com.br Se há no mundo um sujeito de cujas opiniões discordo em gênero, número e grau, é o sr. Lyndon La Rouche. Sua visão da história ocidental é simetricamente oposta àquela que apresento em O Jardim das Aflições, e sua insistência em culpar os ingleses de tudo o que não presta na Nova Ordem Mundial me parece puro delírio patriótico de um americano que ainda não terminou de fazer a Revolução da Independência. No entanto, eu seria o último a desprezar o talento e a coragem desse batalhador incansável ou a negar a importância de muitos dos fatos que ele tem revelado através da sua Executive Intelligence Review. Mas mesmo que eu considerassse o sr. La Rouche totalmente indigno de atenção, não poderia concordar com qualquer limitação que se impusesse à sua liberdade de expressão (ou, aliás, à de quem q

Qual é o crime? Olavo de Carvalho

Qual é o crime? Olavo de Carvalho Jornal da Tarde, 30 de agosto de 2001 Num momento em que os narcoguerrilheiros das Farc invadem nossas escolas para ensinar sua doutrina genocida às crianças brasileiras; num momento em que uma entidade envolvida em propaganda de guerrilhas ensaia o seu poder de ação estratégica, bloqueando simultaneamente quase todas as estradas do País – nesse momento, jornalistas e procuradores se juntam numa operação destinada a criminalizar e abortar as investigações que o Exército empreende em torno de atividades ilegais do MST e das ONGs esquerdistas. Se isso não é um ato de desinformação revolucionária, no melhor estilo KGB, então é pelo menos uma ajuda substancial oferecida, com prodigiosa inconsciência e leviandade, ao plano de Fidel Castro de “reconquistar na América Latina o que foi perdido no Leste Europeu”. Entorpecida por 40 anos de “revolução cultural”, que sem encontrar a mínima resistência fez gato e sapato da sua capacidade de raciocínio, a opini

Medalha do Pacificador 30 de agosto de 2001

Medalha do Pacificador 30 de agosto de 2001 Embora eu nunca tenha pacificado coisa nenhuma e tenha antes passado os últimos anos a arranjar encrenca em cima de encrenca, o Exército Brasileiro, representado pelo Comando Militar do Leste, me conferiu no dia 25 de agosto —Dia do Soldado — a Medalha do Pacificador. Habitualmente indiferente a aplausos e homenagens, estou profundamente comovido com essa honra que a força terrestre me concedeu, pois, numa nação onde todas as instituições vêm se desmoralizando rapidamente, entre volúpias de autodestruição masoquista, o Exército brasileiro tem conservado bem alta a sua dignidade que, pensando bem, é a dignidade de todos nós. Quando assumi a defesa dessa dignidade contra os ataques que lhe desferiam uns sujeitos levianos e hipócritas, sempre soube que estes me chamariam de reacionário, direitista, servo do imperialismo, etc. Pois servos do imperialismo são eles, que, corroendo incessantemente a honra do Exército Nacional a pretexto de vingar

Golpe de Estado Olavo de Carvalho

Golpe de Estado Olavo de Carvalho Zero Hora (Porto Alegre), 26 ago 2001 Golpe de Estado é uma mudança súbita da ordem político-jurídica, realizada desde dentro do esquema de poder vigente. Quem quer que compreenda essa definição perceberá que a ação conjunta de jornalistas e procuradores para bloquear as investigações do Exército em torno das atividades ilegais do MST, da CUT e de algumas ONGs esquerdistas é nada mais, nada menos, que uma tentativa de golpe de Estado. O sucesso ou fracasso dessa tentativa depende do que acontecerá nos próximos dias. Se, convocado a prestar esclarecimentos ao Congresso, o comandante do Exército adotar uma atitude tímida, sacrificando ante o altar da fúria midiática oficiais que não têm outra culpa senão a de alguns excessos verbais cometidos na redação de um relatório, estará repentinamente instaurada neste país uma nova ordem legal, na qual a propaganda e a preparação de guerrilhas estarão sob a proteção do Estado e o que quer que se faça ou se di

A nova ordem nacional Olavo de Carvalho

A nova ordem nacional Olavo de Carvalho O Globo, 25 de agosto de 2001 Nunca, na História do mundo, uma revolução comunista foi abortada com tão escasso derramamento de sangue como aconteceu no Brasil em 1964. Mesmo o regime autoritário que se seguiu, ao defrontar-se com a resistência armada dos derrotados, conseguiu desarticulá-la com um mínimo de violência: 300 mortos à esquerda, 200 à direita. Eis um placar que não permite, em sã consciência, fazer de um dos lados um monstro de crueldade, do outro uma vítima inerme e angelical — principalmente quando se sabe que a guerrilha não foi um último recurso encontrado por opositores desesperados após o esgotamento das alternativas legais, mas a retomada de uma agressão que, subsidiada e orientada desde Cuba, já havia começado em 1961, em pleno regime democrático. Muito menos é razoável admitir a hipótese mongolóide —- ou mentira pérfida —- de que guerrilheiros armados, treinados e financiados pelo governo genocida de Fidel Castro, fossem